O hospital de Lisboa Oriental tem quase 900 camas e custou 300 milhões de euros, revela o líder socialista. “O hospital de Évora, com 450 camas, custa 167 milhões de euros”. Ora, estranha o dirigente do PS, para o hospital da Madeira, com 550 camas, “o governo orçamentou 340” milhões de euros.
Esta discrepância não é compreendida por Carlos Pereira. O deputado na Assembleia da República fez contas e conclui que, em proporção, aos preços da unidade de Lisboa Oriental, o hospital da Madeira ficaria por cerca de 200 milhões de euros. E ao fazer o cálculo proporcional em relação à unidade de Évora, o da Madeira deveria custar 204 milhões de euros e não 340, lembra.
Nos dois casos, os valores orçamentados pelo Governo Regional estão bem acima dos exemplos apresentados, conclui Carlos Pereira que se mostra preocupado por notar que os custos previstos estão “completamente desalinhados com a realidade” verificada no resto do país. “Há muito para explicar”, desafia.
A preocupação do PS deve-se também à percepção de que o Governo Regional está a afastar-se da promessa de um novo hospital público para a Madeira. O líder socialista repete as críticas que já fez depois da reunião do Conselho Executivo ao notar que “as declarações do presidente do Governo e do novo secretário regional da Saúde” demonstram que, tanto Miguel Albuquerque, como Pedro Ramos já escolheram um caminho diferente do prometido: “Travar a construção do hospital público para favorecer o hospital privado”.
Além dos custos e de um eventual favorecimento a projectos privados, o presidente do PS-Madeira retoma outras críticas que vem apresentando no que toca ao novo hospital, matéria em que, repete, o PS-M “assegurou o pagamento de metade dos custos”. Porém, volta a dizer que continuam a faltar terrenos, projecto de arquitectura, concurso público para a construção.