João Pedro Vieira referiu que os madeirenses e porto-santenses voltaram a ser confrontados com a dura realidade sobre o regime que está à frente da Madeira há 43 anos e que descreve como “um governo que abandonou há muito tempo aquele que é o seu principal desígnio, que é defender os interesses dos madeirenses e porto-santenses”.
“Já todos sabíamos que a Saúde na Madeira está um caos, mas, ontem, ficámos a saber que, alegadamente, interesses privados se sobrepõem ao interesse público, com um resultado direto negativo na vida das pessoas», afirmou o secretário-geral socialista, advertindo que «a vida das pessoas não é uma negociata» e «não pode ser suspensa”, disse.
Para o secretário-geral socialista, “não podemos permitir-nos a continuar a ter equipamentos de saúde, médicos e terapeutas disponíveis para ajudar as pessoas, para tratar da saúde das pessoas, e depois, de forma lesiva para as pessoas e para o erário público, continuarmos, de forma perniciosa, a ceder a outros interesses”.
Segundo o mesmo, está é mais uma prova para juntar às várias já das pelo Governo Regional acerca da sua falha deliberada na sua principal missão, a de defender os interesses dos madeirenses e porto-santenses. “Falha na gestão do erário público, falha no cuidado que devia prestar às pessoas, falha na proteção das pessoas e falha, acima de tudo, num ponto transversal a todo o Governo: competência”, acrescentou.
“Este escândalo junta-se a muitos outros que são sintomáticos da profunda incompetência do Governo Regional, como são os mais de 40 mil cidadãos madeirenses e porto-santenses que aguardam por uma consulta hospitalar, como são os mais de 20 mil madeirenses que aguardam por uma cirurgia, ou como é o corte de mais de 12 milhões de euros nos centros de saúde”.
Neste sentido, o Partido Socialista-Madeira exige que o Governo Regional esclareça de imediato e de forma total aquelas que são as questões e as consequências envolvendo estes “atos de governação lesiva para a nossa Região”.
Face ao facto de Pedro Ramos, na sua conferência de imprensa, não ter esclarecido todas as dúvidas com que se defrontou, João Pedro Vieira considerou que “o senhor secretário regional da Saúde deve, por isso mesmo, de imediato, colocar o seu lugar à disposição perante este escândalo que a todos nós deve envergonhar e a si em particular”, acompanhado por todos os elementos do Conselho de Administração do SESARAM e com um pedido de desculpas às pessoas por parte de todos os responsáveis por estes atos.
João Pedro Vieira acrescentou que o Partido Socialista irá exigir ao Governo Regional o esclarecimento no Parlamento através de “um debate potestativo convocado pelo PS para discutir a Saúde já na próxima semana, no dia 28, e avançaremos com uma Comissão de Inquérito Parlamentar que clarifique todas as questões relativas a esta matéria”.
O secretário-geral do PS-M recordou também as declarações deixadas por Miguel Albuquerque à RTP-Madeira, no passado mês de janeiro, onde se referiu ao Sistema Regional de Saúde enquanto motivo de orgulho para todos. “Senhor presidente, 60 mil pessoas em lista de espera, uma negociata que foi ontem tornada pública e todos aqueles que esperam para ter acesso a cuidados de saúde não são motivo de orgulho, são motivo de vergonha e a prova de que temos um regime falhado e em fim de linha”, concluiu.