Sara Cerdas foi eleita e foram claramente alcançados os objetivos do Partido Socialista no qual se inclui o PS-Madeira, cada vez mais coeso e unido em torno das metas traçadas.
Não nos esqueçamos, e note-se que para alguns este esquecimento é conveniente, que o ato eleitoral de domingo deve ser lido no todo nacional. Por esse prisma, sim porque cada um lê a realidade pelo ângulo que melhor lhe aprouver, quem venceu na parte não venceu no todo e por isso não há motivos para embandeirar em arco.
E se quiserem ler na parte, façam todas as leituras possíveis. Não esqueçam, por exemplo, que o PS-Madeira cresceu comparativamente a atos eleitorais anteriores e que nunca tinha ganho no concelho do Porto Moniz outros atos eleitorais que não fossem as duas últimas eleições autárquicas. Temos razões para estarmos satisfeitos e esperançados.
O PS-Madeira não se desviou do rumo que traçou, segue com passos seguros e firmes e que ninguém caia na tentação de achar que a mudança em setembro não é possível.
No meu percurso enquanto político, vivi e sobrevivi a diversas derrotas. Assumo sem qualquer problema que já vivi mais derrotas do que vitórias. Nunca desisti e isso fez de mim o homem e o político que sou hoje. A razão da persistência é simples: a cada ato eleitoral estava mais perto de conseguir o objetivo a que me tinha proposto. Sentia-o e os resultados eleitorais diziam-no.
Passaram 20 anos entre o início da minha luta autárquica até à minha eleição como Presidente da Câmara Municipal de Porto Moniz. Teria sido tão fácil ter desistido, mas o caminho mais fácil raramente é o que nos leva ao melhor destino.
Enquanto líder do PS-Madeira não posso deixar de sentir que estamos a crescer, que os madeirenses olham para nós com um olhar de esperança.
O PS-Madeira há muito que não tinha resultados na ordem dos que alcançou nestas eleições europeias. Temos razões para estarmos satisfeitos e esperançados.
Os resultados que o PSD-Madeira obteve, repetindo-se em setembro, não seriam suficientes para alcançar a maioria absoluta e continuar a (des)governar a seu bel-prazer. Temos razões para estarmos satisfeitos e esperançados.
Quem nunca conseguiu, representando o PS-Madeira, tanto como se está a conseguir agora, não tem legitimidade para criticar. Não peça tudo de uma vez quem nunca conseguiu resultados significativos e históricos.
Propusemo-nos a escrever a História da Região Autónoma da Madeira ao lado dos madeirenses e porto-santenses. Não nos desviamos nem um milímetro do nosso rumo. Ninguém disse que a viagem seria curta e prazerosa. Sabíamos que seria longa e tortuosa, mas que o destino seria aquele que desde o início da viagem quisemos alcançar.
Na noite eleitoral, enquanto o PSD-Madeira festejava mas ainda fazendo contas para saber se veria a sua deputada eleita, o PS-Madeira, com Sara Cerdas a caminho do Parlamento Europeu, começou a preparar as Eleições Regionais. Para desgosto de alguns e regozijo de muitos não nos desviamos do rumo.
Seguimos lado a lado com os madeirenses e porto-santenses, são eles todos os timoneiros deste barco que continua de velas içadas. É por eles e com eles que queremos continuar a trabalhar.
O contexto é o ideal para lembrar e citar Mário Soares porque, na verdade “Só é vencido quem deixa de lutar”.
O PS-Madeira continua na luta. No rumo certo.
Ontem foi maio, amanhã é setembro e os socialistas estão e querem-se unidos, focados e de olhos postos no Futuro.
Artigo de opinião de Emanuel Câmara, presidente do PS-Madeira publicado no JM no dia 29 de maio