“Hoje efetiva-se aqui em Câmara de Lobos aquela que foi a principal bandeira da campanha ao Parlamento Europeu. O Roteiro Geração Madeira é um projeto de cidadania, de democracia participativa. Pretendemos visitar os 11 concelhos ao longo do ano. Teremos eventos, onde iremos discutir com os madeirenses e porto-santenses, as mais diversas temáticas europeias. O principal objetivo do Roteiro é envolver os madeirenses e porto-santenses na agenda europeia e no processo de decisão europeu”, referiu Sara Cerdas aquando do lançamento da primeira edição do Roteiro Geração Madeira.
A Eurodeputada Socialista assumiu que quer recolher no terreno os contributos de todos e considera que “esta será uma estratégia para também combatermos a abstenção. As pessoas por vezes sentem-se distantes do projeto europeu, mas esquecem-se que são parte integrante desse projeto, e que todas as decisões que tomamos em Bruxelas afetam as suas vidas. Teremos uma planificação anual e dinâmica que permitirá cobrir todos os concelhos e também todas as áreas de trabalho do Parlamento Europeu que digam respeito diretamente às regiões ultraperiféricas.”
A iniciativa em Câmara de Lobos dividiu-se em dois momentos: um almoço de trabalho com pescadores, seguida de uma reunião com alguns armadores de diferentes embarcações. Nos dois momentos Sara Cerdas pretendeu averiguar de que forma o Parlamento Europeu pode ter uma ação efetiva no desenvolvimento da atividade piscatória. “Pretendemos discutir temáticas que trabalhamos no Parlamento Europeu e relacionar com as temáticas regionais, de forma a compreender as reais preocupações e problemas que os pescadores e armadores enfrentam. O objetivo é levarmos até Bruxelas as reivindicações e contributos, no sentido de legislarmos em prol de melhores condições de trabalho, neste caso para a classe piscatória”.
Os principais problemas apontados pelos pescadores e armadores consistiram na complexidade do acesso aos fundos europeus; nas questões relacionadas com a renovação da frota pesqueira e na atribuição de licenças e cotas de pesca. A falta de mão de obra foi um dos outros problemas apontados nestas reuniões, sendo que um dos participantes referiu mesmo que “Daqui a 5 anos a pesca morrerá. Não existem novos pescadores e não existe investimento em novos pescadores, pois não se pensa num plano a longo prazo.”
Este encontro serviu ainda para Sara Cerdas elucidar sobre a importância de uma contínua aposta na sustentabilidade e conservação dos recursos biológicos e marinhos, de maneira a assegurar mares seguros, limpos e geridos de forma sustentável. “A sustentabilidade é sem dúvida uma bandeira do nosso mandato. Para o novo quadro financeiro 21-27 a Comissão Europeia quer continuar a apostar na sustentabilidade e conservação dos recursos biológicos e marinhos; contribuir para a segurança alimentar da UE através da aquicultura competitiva e saudável; permitir uma economia azul sustentável e reforçar ainda a governação internacional dos oceanos.”
A Eurodeputada Socialista Madeirense comprometeu-se a trabalhar nas próximas propostas legislativas do Parlamento Europeu, e apresentar diretamente à Comissão Europeia, os contributos recolhidos nesta iniciativa.
Por seu lado, Paulo Cafôfo referiu que o objetivo destas iniciativas é estar em permanente contacto com a sociedade civil e que “não vale estar com as instituições e pessoas só quando queremos ganhar eleições, há que fazer todo um trabalho de consolidação ao longo do mandato”. O coordenador político do Partido Socialista da Madeira reconheceu ainda que “existem problemas graves no setor e que o Partido Socialista pode fazer a diferença nos diferentes palcos em que está inserido, quer seja no Parlamento Regional, Nacional e Europeu”.
O Presidente do Partido Socialista Madeira, Emanuel Câmara, defendeu que o “Partido Socialista conseguiu ter representantes nos diferentes Parlamentos e que a partir de agora o PS pode demonstrar a sua força e demonstrar os compromissos que assumiu com as populações que os elegeu e concertar posições.”
O Roteiro Geração Madeira visa envolver os madeirenses e porto-santenses na agenda europeia e no processo de decisão europeu, através da recolha dos seus contributos no terreno.