Segue a intervenção na integra do deputado Paulo Cafôfo:
“Vivemos tempos de exceção onde todos temos que ser responsáveis e solidários.
Por isso mesmo começo por revelar que transmiti ao senhor Presidente da República (por via telefónica) e ao senhor primeiro-ministro a nossa opinião sobre a questão dos Aeroportos na Região, apelando ao seu encerramento.
O contacto com o presidente da República, por via telefónica, visou salientar a premência do encerramento do aeroporto da Madeira.
Um encerramento que assegure as especificidades da Região e a solidariedade com as nossas comunidades. Um encerramento que garanta:
– a saída dos turistas que o pretendam fazer;
– o abastecimento normal de produtos essenciais à vida dos madeirenses e porto-santenses;
– a deslocação dos residentes por motivos médicos inadiáveis ou outros assuntos urgentes;
– o regresso dos madeirenses residentes no continente, como os estudantes ou os nossos emigrantes que queiram regressar.
A Madeira nunca abandonou os seus e quem a visita e isso também não acontecerá nesta situação de exceção.
Aguardamos com expetativa as conclusões do Conselho de Estado que se irá realizar amanhã e as resoluções que serão tomadas pelo Sr. Presidente da República e pelo Governo.
Neste momento, e como podemos verificar na maioria dos países europeus, a prioridade máxima é abrandar a evolução da propagação do vírus, por todos os meios possíveis e ao dispor das estruturas do Estado.
A Região Autónoma da Madeira tem oportunidade de se defender e não podemos arriscar a propagação do vírus através de possíveis viajantes.
Queria igualmente endereçar uma preocupação imediata relativamente ao Porto Santo.
Face à comunicação da companhia aérea Binter que deixaria de prestar o transporte aéreo entre o Porto Santo e a Madeira, numa atitude, no mínimo, unilateral e altamente criticável,
consideramos que o Governo Regional deve solicitar à Força Aérea Portuguesa o transporte entre as duas ilhas de modo a atenuar este problema.
Julgamos que seria a forma mais rápida de resolver esta situação, até se repor a normalidade da concessão do transporte aéreo.
Estamos perante uma situação de exceção em que se tem de garantir medidas extraordinárias.
Este é um momento de termos todos a responsabilidade de nos unirmos para combater o inimigo comum.
Não é o momento da partidirização, não é o momento dos partidos, não é o momento das fações.
É o momento de irmos todos para uma luta que de todos exige coragem, responsabilidade e respeito.
É uma luta de todos e que a todos diz respeito.
Por essa razão, o PS Madeira quer sublinhar que tudo fará para apoiar o Governo Regional e as autoridades competentes neste combate.
Apoiamos e apoiaremos todas as medidas que venham a ser tomadas,
sempre que estas visarem a proteção dos madeirenses e porto-santenses do surto de pandemia instalado.
O PS Madeira tudo fará para exigir da parte do Governo da República, do Governo Regional e das instituições o cumprimento daquilo que entende ser a resposta mais adequada para proteger os madeirenses e porto-santenses.
A sua saúde, os seus negócios, os seus rendimentos, as suas vidas.
Consideramos também fundamental a garantia do aprovisionamento dos equipamentos de proteção para os profissionais de saúde que estão neste momento a dar o seu melhor, com prejuízo das suas vidas pessoais.
Confiamos no novo Diretor Clínico do SESARAM, Dr. Júlio Nóbrega, especialista em Cuidados Intensivos, nos técnicos do IASaúde,
e em todos os profissionais para acautelar toda a estrutura do serviço regional de saúde para as respostas necessárias nos serviços médicos a toda a nossa população.
Com realismo, poderá durar meses até estabilizarmos esta crise de saúde, e temos de executar as medidas necessárias,
em particular as disponibilidades financeiras, para providenciar todos os equipamentos e meios para esse combate.
O PS-Madeira considera que é necessário convocar também as Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia para, em conjunto com o Governo Regional e todas as forças partidárias, coordenar os planos de combate e contenção do vírus,
mas também começar a preparar a recuperação da economia da Região, delineando um plano conjunto, bem pensado, bem coordenado, e consensualizado entre todos, para efeitos mais sólidos e efetivos junto das empresas e de todos os trabalhadores da Região.
Embora estejamos na fase difícil da tentativa de contenção do vírus, para onde temos de envidar todos os esforços, temos de começar a delinear as soluções para a recuperação.
Muitas empresas já fecharam, inclusive hotéis, muitos trabalhadores já foram colocados em layoff, e poderemos estar perante uma crise económica sem precedentes.
Por essa razão quero deixar um repto ao Governo Regional, para que faça o que tem de ser feito e conte com todos – autarquias, partidos políticos, sociedade civil, empresas e trabalhadores.
Mais do que nunca precisamos que todos os madeirenses e porto-santenses cumpram o seu papel.
Que sigam as recomendações das autoridades de saúde. Que ajam em conformidade com o que é dito pelas autoridades regionais e nacionais.
O sucesso desta batalha depende de todos nós, não de um governo, não de um partido, não de uma instituição, mas de todos nós.
Este é o momento de agir, da solidariedade, da responsabilidade, da união.
O PS-Madeira é e será sempre uma força unificadora na missão de enfrentar estes tempos de exceção. Contamos com todos, contem connosco”.