A deputada socialista Elisa Seixas, em declarações à comunicação social, começou por referir que “mais uma vez a produção de cereja regista uma quebra da produção e os agricultores e suas famílias uma quebra significativa nos rendimentos”.
“Este não é um problema pontual, embora este ano esteja a ser particularmente mau. Pior que este, e nos anos mais recentes, só o de 2016, devido aos incêndios”, sublinhou.
A parlamentar frisou assim que “a verdade é que embora esta seja uma cultura característica de várias zonas na Madeira, nomeadamente no concelho de Câmara de Lobos, com a cereja do Curral das Freiras ou daqui do Jardim da Serra, não existe uma estratégia governativa na área da agricultura que valorize a produção, que encare o problema de perda progressiva de produção e de rendimento dos agricultores e das famílias que dependem desta cultura e que avance com uma solução integrada para resolver o problema de forma sustentada”.
Elisa Seixas refere assim que é preciso que o Governo reconheça o problema e identifique as causas da morte das cerejeiras e a quebra progressiva da produção.
Desta feita, o PS-Madeira defende, e para tal apresentará um projeto de resolução na Assembleia Legislativa da Madeira, que seja concedido um apoio direto ao produtor pela quebra do rendimento, mas também a valorização da cereja regional, nomeadamente através da denominação de origem protegida e da seleção de variedades regionais.
Esse mesmo projeto resolução visa a “criação de medidas de incentivo às culturas típicas da Região, como é o caso da cerejeira, em consociação com outras igualmente tradicionais, promovendo a expansão de culturas onde elas são características apoiando a especialização local dentro da biodiversidade paisagística e a resiliência do sistema”, explicou a parlamentar.
Por fim, Elisa Seixas apontou que esse mesmo diploma visa “desenvolver uma agenda de investigação e inovação para o desenvolvimento rural com ligação ao ensino superior, juntando o conhecimento empírico de quem está no terreno com o conhecimento científico na procura de variedades regionais mais resistentes aos problemas atuais, apoiando a investigação quer na Universidade da Madeira, quer nas associações de produtores e outras entidades”.
“O que propomos é uma verdadeira política agrícola, uma estratégia que ultrapasse os problemas no setor que, por inércia, se repetem ano após ano para desespero de quem sobrevive da agricultura”, concluiu.