Esta manhã, em conferência de imprensa na Madalena do Mar, o parlamentar afirmou que há vários instrumentos que foram legislados no Parlamento e que o Executivo madeirense não está a utilizar. Referindo-se concretamente ao fornecimento de refeições aos 2.º e 3.º ciclos e secundário, disse que deveria haver uma aposta no sentido de integrar muitos produtos regionais nos concursos de fornecimento às escolas. «Aquilo a que temos assistido é que o Governo Regional deu autonomia às escolas nessa matéria, mas não criou regras para que se capte os produtos regionais para as refeições dos nossos jovens. Hoje, o que acontece é que, nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos e secundário, os produtos regionais não entram, porque o concurso não obriga a isso, e devia obrigar», afirmou Victor Freitas.
«Se o Governo Regional quer ajudar os produtores regionais, devia condicionar os concursos e integrar uma parte de produtos da agricultora regional, e não o faz», vinca o deputado, acrescentando ainda que quando o Executivo coloca como critério o preço das refeições, acaba afastando os produtores regionais desta equação. «Quando temos refeições num dia para um aluno na ordem de 1,45 euros, percebe-se a forma como todo este processo é montado, acabando por excluir os produtos regionais dos menus dos nossos estudantes», declarou.
Os socialistas querem, por isso, que Executivo integre uma cláusula nestes concursos que obrigue a ter produtos regionais e que aumente o financiamento das escolas para tal. De igual modo, entendem que o mesmo critério devia ser seguido em relação às refeições hospitalares e nos lares de terceira idade.
Victor Freitas aproveitou igualmente para alertar para o facto de os produtores de cana-de-açúcar já terem entregado a mesma aos engenhos e, em plano mês de agosto, haver muitos que ainda não receberam o dinheiro.
O deputado lembrou também que o ano passado o Governo Regional fez várias entregas de cheques de apoio aos agricultores da Região, mas constatou que este ano não há conhecimento de que tal esteja a ser efetuado. O mesmo se passa em relação às bordadeiras, a quem o ano passado também foram entregues cheques, tendo o presidente do Governo prometido que este ano iriam receber quantias superiores, no valor de 150 euros. «Até ao momento, não temos conhecimento de que esses cheques sejam entregues», disse. De acordo com Victor Freitas, numa altura de grandes dificuldades, «é importante que os produtores e as bordadeiras tenham acesso a esse suplemento financeiro para a ajuda ao seu trabalho».