O encontro dos socialistas madeirenses teve em vista, entre outros assuntos, discutir a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2021, o qual, segundo o parlamentar, é bom, mas pode ainda ser melhorado. Tal como afirmou, o debate orçamental geralmente transforma o documento, sendo essa também a expetativa do PS-M.
Segundo Carlos Pereira, há muitas razões para aprovar o OE. Por um lado, advertiu que «o país não pode ficar em duodécimos», numa altura em são precisos um combate e recursos financeiros para acudir às situações de emergência, que são imensas. Por outro lado, salientou que há também medidas muito importantes para a Madeira que estão consagradas, uma das quais a comparticipação do novo hospital, que é uma das grandes expetativas da Região, bem como as questões do subsídio de mobilidade e dos passes sub-23.
O deputado deixou, por isso, um apelo a todos, em particular àqueles que têm responsabilidades governativas na Região: «Não deitem a toalha ao chão. Votar contra o Orçamento na próxima quarta-feira é desistir da Madeira». «Temos um período de discussão que pode levar a alterações deste orçamento, que eu já considero bom, mas que pode ser melhor ainda. Se nós conseguirmos manter uma alta pressão na discussão e na negociação, é possível termos mais e melhor do que já temos hoje», disse, vincando que este é o momento de construir ideias, alternativas e soluções.
Considerando que votar contra o documento é «um erro tremendo», o porta-voz da Comissão Política deixou uma advertência: «aqueles que acham que já querem dar uma machadada no orçamento que pensem bem, porque este não é o momento para o fazer. É preciso negociar e não desistir da Madeira».
A um outro nível, questionado a propósito do aval da República à Região, Carlos Pereira adiantou que na versão preliminar deste Orçamento existe já 7% de aval da dívida pública total da Madeira, isto é um aval de 315 milhões de euros, do qual ninguém fala. Além disso, existe um outro aval do Estado para mais 180 milhões de euros para o empréstimo do Hospital. Por isso, disse que a ideia de que o Estado não dá avales à Madeira «não é bem assim».
Carlos Pereira avança que a questão não está fechada ainda e que há abertura do Governo da República para discutir este assunto com o Executivo madeirense. «Eu estou totalmente disponível para reunir os dois governos. Se há dificuldades de comunicação, eu, enquanto cidadão da Madeira, estou completamente disponível para, depois da conversa que tive com o ministro das Finanças e da resposta que tive de que há uma abertura total para discutir com as entidades governamentais regionais no sentido de encontrar soluções, fazer essa intermediação e resolver esse problema», rematou.