Em conferência de imprensa, Carlos Pereira deu conta do facto de ter havido quem se tivesse afastado da solução e de ter havido partidos e entidades que apostaram em melhorar o orçamento e em concretizá-lo. «Estamos perante um dos melhores orçamentos dos últimos tempos», disse o socialista, congratulando-se pelo facto de, dentro da dificuldade partidária que existe na Assembleia da República, ter sido possível reunir os votos necessários para aprovar o Orçamento e, simultaneamente, ter sido possível «colocar um conjunto significativo de dossiês da Madeira».
Tal como evidenciou Carlos Pereira, estamos a falar de mais de mil milhões de euros de benefícios para a Madeira, um valor consistente e necessário para o combate à pandemia e para fazer face à crise económica e social. «Esta solução que foi encontrada ontem na Assembleia da República é uma solução muito boa para a Madeira», referiu o parlamentar, que, juntamente com os seus colegas, se consideram «os embaixadores dos interesses da Madeira na Assembleia da República».
O deputado fez questão de deixar claro que desde que as soluções sejam boas para a Madeira, venham elas do «partido X ou Y», os parlamentares socialistas madeirenses fazem tudo para que sejam aprovadas, mesmo que o partido não esteja de acordo. «Nós não fazemos proclamações inúteis e ocas. Estivemos sempre na primeira linha da defesa de todos os contributos que eram bons para a Madeira», vincou.
Aliás, Carlos Pereira, que se fez acompanhar pela colega de bancada Marta Freitas, disse não perceber como é que um madeirense que tenha sido eleito à Assembleia da República pode «pôr em causa a votação de um cofinanciamento de 50% para o novo hospital (mais de 150 milhões de euros). Não entende igualmente como é possível os deputados do PSD-M votarem contra um orçamento que tem 50 milhões de euros para a mobilidade aérea, que prevê a regulamentação dessa mobilidade para que os madeirenses paguem apenas 86 euros pelas viagens, que prevê o aceleramento para a construção das esquadras de Machico, Ponta do Sol e Porto Santo, que aumenta e consolida os avales do Estado (mais de 400 milhões de euros), que aumenta as pensões mais baixas dos madeirenses, aumenta o salário mínimo, aumenta os apoios para a Universidade da Madeira, reduz as taxas aeroportuárias e financia a instalação dos cabos submarinos.
A par disso, recordou outros apoios que já vêm de orçamentos anteriores e que voltam a estar consagrados, tais como a transferência de 16 milhões de euros dos jogos da Santa Casa da Misericórdia e o pagamento dos direitos de passagem à Empresa de Eletricidade.
«Estamos a falar de um documento que tem uma repercussão orçamental na Madeira que é verdadeiramente significativa, pelo que não consigo compreender como é que ainda poderá haver alguém que ache que se pode votar contra um orçamento desta natureza, ainda por cima no estado de calamidade que nós vivemos e em que precisamos de ajuda», lamentou o socialista.
Carlos Pereira garantiu que os madeirenses podem continuar a contar com o empenho dos deputados do PS e reconheceu que nem tudo está resolvido, até porque há um conjunto de matérias por resolver que «não cabem no quadro orçamental, seja por motivos técnicos, seja do ponto de vista político». Um exemplo disso é a prorrogação dos benefícios fiscais do Centro Internacional de Negócios da Madeira. «O compromisso que temos é que encontraremos uma solução que possa vir ao encontro do interesse da Madeira», vincou o parlamentar, apelando a que «todos contribuam, não levantem obstáculos onde não existem e não façam disto uma arma de arremesso partidário, porque ninguém ganha com isto e, no fim, quem perde é a Madeira».