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PS protesta contra revogação das licenças de voo da TAP para a Venezuela e pede intervenção do Governo da República

O Grupo Parlamentar do Partido Socialista deu entrada, hoje, na Assembleia Legislativa da Madeira, a um voto de protesto contra a revogação, por parte do Governo de Nicolás Maduro, das licenças de voo da TAP para a Venezuela.

Perante esta decisão, que impede a companhia aérea de bandeira portuguesa de voar para aquele país e que atenta contra direitos e liberdades, os socialistas madeirenses pedem ao Governo da República, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que intervenha urgentemente junto das autoridades venezuelanas em defesa dos direitos da comunidade portuguesa e madeirense residente na Venezuela, no sentido da reposição das licenças de voo e da garantia de condições de segurança e de mobilidade para os cidadãos portugueses e lusodescendentes.

Para Paulo Cafôfo, esta decisão do Governo venezuelano agrava o isolamento de um país já profundamente marcado por anos de governação autoritária e de erosão das liberdades fundamentais, representando, igualmente, “um desrespeito inaceitável por Portugal e pelas comunidades portuguesas, em particular a comunidade madeirense, que há décadas contribui para o desenvolvimento económico, social e cultural da Venezuela”.

O líder parlamentar do PS-Madeira salienta que a TAP é, para milhares de madeirenses e lusodescendentes, “uma ponte vital de ligação à família, à segurança e às suas origens”, pelo que a proibição de a companhia voar para a Venezuela “atinge diretamente e de forma injusta a diáspora madeirense: cidadãos que ainda vivem na Venezuela, muitos dos quais idosos e vulneráveis, famílias divididas entre a Madeira e aquele país, nossos compatriotas que dependem do transporte aéreo para manter contacto com os seus entes queridos, para gerir os seus negócios, receber cuidados, ou regressar à Região quando necessário”.

O presidente do PS-M chama a atenção para o profundo e doloroso impacto humano desta medida, alertando que, para muitas famílias madeirenses, esta decisão reacende o medo, a incerteza e o sentimento de abandono. Por isso, adverte, a Assembleia Legislativa da Madeira “não pode permanecer em silêncio perante um ato que afeta diretamente a vida e a dignidade de milhares de madeirenses”.

Além do protesto formal contra a decisão do Governo de Nicolás Maduro e do apelo ao Governo da República, para que intervenha no sentido de tentar reverter esta situação, Paulo Cafôfo não deixa também de expressar uma mensagem de solidariedade, apoio e proximidade a toda a comunidade madeirense na Venezuela, bem como às famílias que, residindo na Madeira, têm ali os seus familiares.

“A Madeira tem uma dívida de gratidão para com a sua diáspora. Este voto é também uma afirmação dessa memória coletiva e do compromisso permanente de defesa das nossas comunidades espalhadas pelo mundo”, reforça o líder dos socialistas, relevando ainda a coragem, a resiliência e a contribuição de gerações de madeirenses que “ajudaram a construir a Venezuela”.