O líder parlamentar do PS-Madeira criticou, hoje, a inação do Governo Regional no que diz respeito às medidas para prevenir e reduzir a sinistralidade rodoviária e na apresentação de soluções para garantir uma melhor mobilidade na Região.
Nas Jornadas Parlamentares do PS, que decorrem esta manhã, subordinadas ao tema ‘Mobilidade em Rede: Transportes que ligam Pessoas e Oportunidades’, Paulo Cafôfo deu conta dos constrangimentos que se verificam na Região ao nível da mobilidade e do preocupante índice de sinistralidade rodoviária, lamentando que o Governo Regional e a maioria PSD/CDS chumbem as soluções apresentadas pelo PS, partido que tem vindo a liderar esta temática.
“No dia a dia vemos congestionamentos intermináveis, que são um teste à nossa paciência, vemos cada vez mais acidentes e o ano de 2025 deverá ser um ano mais negro do que 2024 em termos de acidentes rodoviários”, disse o líder socialista, salientando que é preciso termos uma política que proteja os cidadãos e as suas vidas.
“Se o trânsito está parado, o Governo Regional também está parado na ação para prevenir os acidentes, mas também para dar alternativas a um maior fluxo, seja no trânsito, seja noutras escolhas que as pessoas possam ter para se deslocarem de um ponto a outro”, criticou Paulo Cafôfo, referindo que uma boa mobilidade “é aquela em que é fácil deslocarmo-nos de um sítio para outro combinando diversos tipos de transporte, com rapidez, com segurança e eficiência”, o que não acontece atualmente na Região.
O presidente do PS-M deu conta das várias propostas do partido nesta matéria, começando pela necessidade de realizar um estudo técnico e de viabilidade para um metro de superfície ou um ‘metrobus’ entre o Caniçal e a Calheta. “Temos de pensar com visão, planeamento e olhando para o futuro”, afirmou, mostrando-se certo que, apesar de esta proposta ter sido recusada, mais cedo ou mais tarde, o Governo Regional irá ter de o fazer, porque a situação está cada vez pior. Como referiu, esta medida seria também essencial para, havendo um plano de contingência para o aeroporto e uma ligação marítima entre o Porto Santo e o Caniçal, transportar as pessoas até ao Funchal ou a outros locais.
Outra das propostas apresentadas pelo PS – recusada pela maioria PSD/CDS – foi a criação de uma Estratégia Regional de Prevenção Rodoviária, em linha com a estratégia de segurança rodoviária nacional e com a meta ‘Visão Zero’ da União Europeia, que pretende, até 2030, reduzir o número de mortos e feridos graves na estrada e, até 2050, deixar de ter vítimas mortais e feridos graves.
Além da mobilidade interna, Paulo Cafôfo focou também a importância da ligação com o exterior, não só enquanto direito dos madeirenses, mas também no cumprimento da continuidade territorial. Neste campo, lamentou que a ligação marítima via ferry entre a Madeira e o Continente não conste do Orçamento do Estado para 2026. Por outro lado, no que se refere ao subsídio social de mobilidade, disse que a plataforma prometida pelo PSD tem sido um “parto difícil”. “Quando surgir, e se surgir, não vai cumprir o objetivo que é só pagarmos os 79 euros” sem ser necessário adiantar o valor total da passagem, sustentou.
