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PSD chumba estratégia de longo prazo no combate à carência de iodo na Região

O Grupo Parlamentar do PS lamenta a postura intransigente do PSD ao rejeitar uma série de medidas complementares, propostas pelo PS, que seriam fundamentais para reforçar a iniciativa social-democrata de tornar obrigatória a utilização de sal iodado para combater a carência de iodo na Região.

Depois de, na generalidade, terem votado a favor do projeto de decreto legislativo regional que prevê a utilização de sal iodado na alimentação, os socialistas apresentaram, em sede de Comissão Especializada Permanente de Saúde e Proteção Civil, um conjunto de alterações que contribuiriam para ajudar a combater, de forma mais eficaz, a carência de iodo e, assim, reduzir a elevada prevalência de doenças associadas a esta causa.

Contudo, hoje, na referida comissão, as propostas foram chumbadas com os votos contra do PSD o que, refere Sílvia Silva, é a todos os níveis lamentável. “É inaceitável que o PSD coloque a sua sobranceria e arrogância à frente da saúde dos madeirenses”, afirma a deputada do PS, lembrando os estudos que indicam que cerca de 68% das crianças madeirenses em idade escolar apresentam carência de iodo (20% das quais com carência moderada ou grave) e que mais de 91% das grávidas apresentavam níveis de iodo abaixo dos 150 microgramas por litro recomendados pela Organização Mundial da Saúde (cerca de um terço das quais com défice grave).

O PS critica a forma simplista como o PSD reduz a necessidade de combate à carência de iodo a uma única medida (a utilização do sal iodado) e propunha a adoção de uma estratégia regional mais alargada, baseada na produção e consumo de alimentos naturalmente ricos em iodo.

Entre as várias propostas, os socialistas defendiam a criação de incentivos à utilização de técnicas agrícolas na produção regional que contribuam para o enriquecimento dos alimentos em iodo (nomeadamente a utilização de fertilizantes à base de algas), ao modo de produção biológico e outras práticas que promovam o aumento do teor da matéria orgânica dos solos e a sua capacidade para reter nutrientes e disponibilizá-los às plantas e animais que fazem parte da alimentação.

Além disso, o PS propôs a definição de critérios de seleção e aquisição de alimentos para as cantinas públicas – designadamente para os refeitórios escolares – que promovam o aumento do teor de Iodo consumido na restauração coletiva, nomeadamente peixe de captura natural em vez de peixe produzido em aquicultura, alimentos produzidos em agricultura biológica, em vez de culturas sob forçagem e outros alimentos mais ricos em nutrientes, nomeadamente o Iodo. Todas estas medidas que promoviam uma estratégia alimentar, desde a produção ao consumo, para promover o consumo de Iodo na população madeirense foram chumbadas pelo PSD numa Comissão presidida por uma nutricionista de formação, o que torna a situação menos aceitável, lamenta Sílvia Silva.

As propostas do Grupo Parlamentar do PS incluíam ainda a inclusão de um representante da Secretaria Regional da Agricultura e Pescas na comissão de monitorização e avaliação da aplicação do diploma, para ajudar na construção na Estratégia integrada de combate à carência de iodo na Região.

Sílvia Silva reconhece que a utilização universal de sal iodado é uma medida importante para combater a carência generalizada de iodo na população madeirense, mas lamenta que o PSD não tenha querido ir mais além, rejeitando contributos válidos que se revelariam fundamentais para a adoção de uma estratégia mais abrangente em prol da promoção da saúde na Região, posição essa que será determinante na abstenção dos socialistas, amanhã, na votação final global do diploma.