Miguel Iglésias, deputado do PS-Madeira à Assembleia da República, acusou, ontem, o Governo da República e o PSD-Madeira de terem mentido aos madeirenses e não terem cumprido a promessa feita aquando da campanha eleitoral, obrigando a que os residentes na Região continuem a pagar à cabeça a totalidade do valor das viagens entre a Região e o Continente.
Na audição ao ministro das Infraestruturas, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025, o parlamentar eleito pelo círculo eleitoral da Madeira foi cáustico em relação ao facto de o Governo e o PSD não cumprirem com a palavra dada aos madeirenses de apenas pagarem à cabeça os 86 euros (futuramente deverão ser 77 euros, segundo anunciado) nas viagens entre a Região e o território continental, sem terem depois de ir receber o reembolso. “Basicamente, o PSD-Madeira anda a enganar as pessoas”, denunciou.
Miguel Iglésias acusa o Governo de voltar a empurrar para a frente a resolução de um problema que foi criado pelo PSD, partido que aprovou o atual Modelo de Subsídio Social de Mobilidade, defraudando, mais uma vez, as expetativas dos madeirenses, em particular aqueles que “caíram na esparrela do PSD”.
Por outro lado, o deputado socialista criticou a morosidade de Miguel Pinto Luz em responder às questões por si formuladas sobre as alterações ao Modelo de Subsídio Social de Mobilidade.
Miguel Iglésias lembrou que, a 1 de outubro, enviou ao governante um conjunto de perguntas para que esclarecesse os madeirenses sobre as anunciadas alterações ao Subsídio de Mobilidade, sendo que, há uma semana, aquele respondeu que não tem os elementos necessários e pediu mais um mês para dar as respostas solicitadas.
O deputado do PS critica que este assunto seja deixado em “banho-maria”, tendo acusado o Executivo social-democrata de andar a “brincar com coisas sérias”, neste caso uma matéria que gera uma ampla preocupação na Região.
Na senda daquilo que já havia feito há mais de um mês – sem que, como referido, tenha obtido qualquer resposta – Miguel Iglésias voltou a questionar o titular da pasta das Infraestruturas sobre quando é que o relatório do grupo de trabalho criado para a revisão do Modelo de Subsídio de Mobilidade estará disponível publicamente. Além disso, perguntou para quando está previsto o fim do serviço prestado pelos CTT do processamento e pagamento do subsídio social de mobilidade, quando entrará em funcionamento a nova plataforma eletrónica anunciada e como é que o Governo irá garantir que todos os cidadãos conseguirão ter acesso à mesma, em particular os mais idosos e/ou pessoas com baixa literacia digital.
O deputado apontou ainda o facto de ter sido definido um teto máximo de de 600 euros para os residentes nos Açores e de, para os madeirenses, manter-se o teto de 400 euros, questionando o porquê desta diferença de 200 euros entre as duas Regiões.