“Estamos perante um PSD desesperado e que está a espernear freneticamente na tentativa de abafar os erros cometidos pelo Governo Regional no combate aos incêndios do passado mês de agosto”.
É desta forma que o PS-Madeira reage às críticas dos sociais-democratas, que acusam os socialistas de desrespeito e ataque à Autonomia por solicitarem audições na Assembleia da República com vista a averiguar a gestão política e dos meios de proteção civil no combate aos incêndios que atingiram quatro concelhos da ilha da Madeira.
Miguel Iglésias, deputado eleito pelo PS-M à Assembleia da República, classifica as críticas do PSD como uma tentativa de “branquear a gestão desastrosa e a incompetência” do Executivo, a qual, inclusivamente, foi alvo de reparos por parte de especialistas nesta matéria do combate aos incêndios e da gestão e ordenamento do território.
“Desde a forma como o ataque inicial ao incêndio aconteceu, passando pela descoordenação e pelas informações e declarações contraditórias por parte pelos responsáveis governativos com a tutela da Proteção Civil, até à recusa inicial de ajuda externa, a verdade é que tudo isto acabou por ter consequências gravíssimas, nomeadamente a destruição de mais de 5 mil hectares de área florestal e de vegetação e o facto de dezenas de pessoas terem sido obrigadas a deixar as suas casas”, faz notar o parlamentar socialista.
Ademais, Miguel Iglésias sublinha que a responsabilidade no reforço dos meios terrestres e no acionamento do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, que permitiu a vinda dos dois aviões Canadair – decisivos para a extinção das chamas – foi da parte do Governo da República, pelo que faz todo o sentido ouvir na Assembleia da República, neste caso, quer a ministra da Administração Interna, quer representantes de diversos organismos nacionais, entre os quais o Sindicato Nacional de Proteção Civil, a Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Proteção Civil, a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, a Liga dos Bombeiros de Portugal e o Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais.
Por outro lado, o socialista não deixa de focar o facto de a Região Autónoma da Madeira, tal como qualquer outra região do País, eleger deputados à Assembleia da República. “Os deputados eleitos pela Madeira à Assembleia da República são eleitos para defender os interesses da Região e dos madeirenses e não os interesses do PSD-Madeira”, sustenta Miguel Iglésias.
O deputado à Assembleia da República afirma, aliás, que “o único partido que não respeita a Autonomia é o PSD, que se diz o seu grande defensor, mas, quando lhe convém, faz dela uma arma de arremesso político”. “Por muito que custe ao PSD e ao Governo Regional, o Partido Socialista não vai abdicar do apuramento de toda a verdade em relação ao combate aos incêndios do passado mês de agosto, período durante o qual, isso sim, o presidente do Governo e o secretário com a pasta da Proteção Civil faltaram ao respeito aos madeirenses, deixando-os à sua sorte enquanto optavam por gozar férias no Porto Santo”, afirma o socialista.
A rematar, Miguel Iglésias diz aguardar outro comunicado do PSD-Madeira a condenar as suspeitas de corrupção sobre os seus dirigentes eleitos, que envergonham todos os madeirenses.