O PS-Madeira considera que caiu a máscara ao presidente do Governo Regional e do PSD, Miguel Albuquerque, ficando à mostra a desonestidade e a hipocrisia com que o Executivo madeirense e o partido que o suporta têm tratado a questão da concessão da linha aérea entre a Madeira e o Porto Santo.
Ontem, o presidente do Governo afirmou que está tudo encaminhado para que o Governo da República formalize o novo contrato público com a Binter para a exploração da linha aérea regular entre as duas ilhas, com obrigações de serviço público. Como referiu, a concessão deverá acontecer brevemente, passado que está o “imbróglio” da impugnação do concurso público por uma empresa concorrente, o que obrigou a várias renovações por ajusto direto da concessão.
O deputado socialista Miguel Brito vê com bons olhos o facto de estar ultrapassada esta questão judicial, embora defenda que a nova concessão deva vigorar por um período de 10 anos e que corresponda já àquelas exigências que têm vindo a ser reivindicadas pelos porto-santenses.
No entanto, não deixa de lamentar que, durante o período em que decorreu o processo judicial, numa altura em que o Partido Socialista era Governo na República, o Governo Regional e o PSD-Madeira tivessem agido sempre de má-fé de cada vez que era necessário renovar a concessão por ajuste direto, de forma temporária. “A verdade é que a ligação aérea interilhas esteve sempre assegurada e o Governo Regional, mesmo sabendo que decorria o processo em tribunal, usava, de forma desonesta e hipócrita, esta questão como arma de arremesso político”, denuncia Miguel Brito. “Afinal, Miguel Albuquerque sempre soube que o problema era a impugnação do concurso”, remata.