“É inadmissível que, quase um ano depois, haja madeirenses que continuem sem acesso a determinados cuidados de saúde e exames, devido ao ataque informático no Serviço Regional de Saúde, que continua sem a necessária explicação cabal por parte da tutela”.
Quem o afirma é a secretária-geral do PS-Madeira, em reação à notícia hoje avançada pelo Diário de Notícias da Madeira, que dá conta que há exames que continuam a não ser realizados desde o ataque informático. A socialista recorda que o ciberataque ocorreu no início de agosto do ano passado, causando enormes constrangimentos e cancelamentos de consultas, cirurgias e exames e pondo em causa os dados pessoais de milhares de madeirenses, e aponta baterias ao Governo Regional por “vender” este como se fosse o melhor serviço de saúde do mundo, quando as falhas e as lacunas são por demais evidentes e graves, com consequências para a vida dos utentes.
Marta Freitas lembra que o ciberataque serviu de justificação para o Governo Regional, uma vez mais, adiar a implementação dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos, prometida desde o primeiro Executivo liderado por Miguel Albuquerque, que elegeu a redução das listas de espera como a sua principal prioridade. “A verdade é que, passado todo este tempo, as listas de espera não só não foram reduzidas, como praticamente duplicaram, com a agravante de, pelo meio, o Governo ter operado um apagão deliberado de várias especialidades clínicas, para mascarar o problema”, denuncia a secretária-geral do PS-Madeira, vincando que, à conta disso, os problemas de saúde das pessoas foram-se avolumando.
Como sublinha Marta Freitas, enquanto que no continente foram definidos os tempos máximos de resposta garantidos há anos, na Região o Governo Regional opta por relevar o “pioneirismo”, quando não é capaz de acautelar aquele que é um direito fundamental de todos os madeirenses e porto-santenses, a Saúde. “Afinal, o nosso serviço de saúde não está assim tão bem nem se recomenda”, refere a socialista, acentuando a gravidade de haver exames que continuam a não ser feitos numa área tão importante e urgente como é a cardiologia, como atesta a notícia hoje veiculada. Como faz notar, sem os recursos humanos adequados e sem os exames necessários, não é possível fazer o melhor diagnóstico e dar a melhor resposta aos problemas dos utentes.
A dirigente socialista condena a opacidade em torno das listas de espera na saúde e acusa o Executivo de inércia no que diz respeito a dar as condições adequadas aos profissionais de saúde para poderem solucionar os problemas das pessoas, como, aliás, o PS tem vindo a alertar há muito.
Marta Freitas não deixa também de lançar severas críticas ao secretário regional da Saúde, por ser incapaz de garantir o acesso universal de todos os madeirenses aos serviços de saúde, mas fazer “arranjinhos” e “meter cunhas” para alguns, apenas para satisfazer interesses partidários.