“O PSD sempre soube que havia um processo a decorrer em tribunal, que impossibilitava a resolução do concurso de concessão da linha aérea entre a Madeira e o Porto Santo e, numa postura demagógica, optou por fazer chicana política, apenas com o intuito de atacar o Governo da República, por ser de cor política diferente. A prova disso é que, agora que mudou o Executivo nacional, faz um ato de contrição e já não vemos nenhuma reação do presidente da Câmara relativamente à nova prorrogação da concessão”.
Esta é a reação do vereador do Partido Socialista na Câmara Municipal do Porto Santo às críticas de que foi alvo por parte do presidente da edilidade, Nuno Batista, e sobre o facto de o concurso público internacional ter voltado a ser travado, devido a nova impugnação de um dos concorrentes (a Sevenair), o que fez com que o Governo tenha prorrogado a concessão à Binter por mais cinco meses (até setembro).
Miguel Brito faz notar que o litígio judicial sempre foi do conhecimento público e que foi por essa mesma razão que o Governo da República teve de proceder a repetidas prorrogações, de modo a assegurar que as ligações nunca eram interrompidas. “O PSD, sabendo disso, nunca se coibiu de fazer intervenções injuriosas, de apresentar votos de protesto e de adotar uma postura crítica”, adianta o vereador socialista, lembrando que o presidente da autarquia da ‘ilha dourada’ chegou a classificar a prorrogação de “anedótica”, a pedir celeridade na concessão e a pedir coragem ao Governo para “deitar abaixo” o caderno de encargos relativo ao concurso.
Na ótica de Miguel Brito, a atual postura de Nuno Batista representa um ‘mea culpa’ e o reconhecimento de que, até agora, mesmo sabendo do processo judicial em curso, optou por privilegiar o ataque político, em detrimento dos interesses dos porto-santenses.
“Para o PSD, aquilo que realmente importa são os jogos políticos e não a defesa do Porto Santo e dos porto-santenses”, repara o socialista, vincando que, apesar disso, com o Governo do PS, as ligações aéreas interilhas foram sempre asseguradas. “Esperemos que o atual Governo da República mantenha essa garantia”, remata.