“Ao contrário daquilo que tenta fazer crer, o PAN não tem qualquer poder de influência junto da maioria PSD/CDS e abdicou dos princípios e das causas que dizia defender. À custa disso, este Governo Regional falhou e continua a falhar em termos de planeamento e políticas ambientais”.
Esta é a reação do Grupo Parlamentar do PS relativamente à posição agora assumida pelo PAN de criação de uma plataforma digital para controlo de zonas turísticas, nomeadamente no Pico do Areeiro.
A deputada Sílvia Silva lembra que, em janeiro último, a maioria PSD/CDS chumbou no Parlamento um projeto de decreto legislativo regional, da autoria do PS, que estabelecia o regime jurídico dos percursos pedestres da Região Autónoma da Madeira, reforçando a sustentabilidade, a defesa do património natural e a segurança dos utilizadores destes espaços. O diploma previa, precisamente, a definição da capacidade de carga nos percursos pedestres, a criação de um sistema de controlo e registo de pedidos de acesso a estes locais e a limitação do acesso a viaturas de aluguer a zonas vulneráveis e com baixa capacidade de parqueamento, sendo disponibilizadas alternativas como o transporte coletivo de passageiros, gratuito para residentes que optem por não levar a sua viatura.
Embora o PAN até tenha votado favoravelmente o diploma, Sílvia Silva expõe a falta de peso por parte deste partido junto da maioria com a qual assinou um acordo de incidência parlamentar. “O PAN não conseguiu influenciar positivamente o PSD sobre as políticas ambientais”, aponta. A socialista lembra as palavras da líder do PAN, Inês Sousa Real, que classificou como um retrocesso civilizacional a forma como a direita trata a causa ambiental, criticando o partido por se ter deixado levar pela maioria PSD/CDS nesta área.
“Nos escassos seis meses desta legislatura, apenas deram mostras de abdicarem das causas que diziam defender”, repara Sílvia Silva, acrescentando que se o PAN, de facto, se comprometesse com a preservação do ambiente não validaria um Governo e uma maioria que repetidamente chumbam propostas nesse sentido. “Este é apenas um exemplo que prova que não vale a pena votar em partidos que, na hora da verdade, estão dispostos a dar a mão ao PSD para manter o regime”, faz notar a deputada socialista.