Miguel Iglésias, deputado do PS-Madeira à Assembleia da República, desafiou, hoje, os jovens a se tornarem cidadãos cada mais ativos e exigentes, apontando a importância de desenvolverem uma “melhor consciência crítica, uma mais apurada consciência política e uma mais exigente consciência cívica”.
Palavras deixadas, esta manhã, na sessão regional do Parlamento dos Jovens, dirigida ao ensino básico, que teve lugar na Assembleia Legislativa da Madeira.
“Viver Abril na Educação: Caminhos para uma Escola Plural e Participativa” foi o tema de mais esta iniciativa da Assembleia da República, neste ano que se celebram os 50 anos da Revolução do 25 de Abril de 1974, evento que trouxe a Liberdade e a Democracia a Portugal. Duas palavras que, como assinalou o parlamentar, “não são coisa pouca”. “É a Liberdade que nos permite viver em sociedade sem restrições aos nossos Direitos, que nos permite a livre expressão e a imprensa livre, que nos permite a livre circulação e o pensamento livre. A Democracia é o outro pilar fundamental da nossa sociedade, que permite a existência de partidos políticos e eleições livres e justas, com as pessoas, os cidadãos, o povo a decidir livremente o seu futuro político, a nível nacional, regional e local”, explicou.
Miguel Iglésias enalteceu aqueles que lutaram pela liberdade e pela democracia e lembrou os atrasos que a ditadura provocou no desenvolvimento estrutural do País, com os quais a governação atual ainda de se debate.
Como deu conta, uma das piores heranças da ditadura foi deixar o País com “taxas de analfabetismo altíssimas, taxas de escolarização baixíssimas, taxas de retenção e abandono vergonhosamente altas até há bem pouco tempo”.
Destacando a Educação enquanto direito fundamental básico e universal, com um papel fundamental no desenvolvimento e crescimento de uma sociedade livre e democrática, Miguel Iglésias assinalou que nos últimos anos Portugal tem dado passos significativos para melhorar os níveis de qualificação e formação das gerações mais jovens. Algo que nos tem permitido a superação das metas europeias de redução do abandono escolar precoce, a melhoria das taxas de sucesso dos alunos, o aumento das taxas de escolarização da educação pré-escolar e do ensino secundário e a qualificação dos adultos que não tiveram oportunidade de concluir os seus estudos enquanto jovens.
Como adiantou, entre 2015 e 2022, o abandono escolar precoce sofreu uma queda para mais de metade, passando de 13,7% para 6,0%, sendo que, graças a este percurso, desde 2019, Portugal está abaixo da média da União Europeia, que em 2022 era de 10%.
Na ocasião, Miguel Iglésias respondeu também às questões colocadas pelos jovens deputados sobre as temáticas da Educação e sobre a situação política atual, esperando que esta sessão possa contribuir para uma maior reflexão dos jovens a respeito destes temas e do sistema democrático do nosso País, bem como que os ajude na sua formação política como cidadãos cada mais ativos e exigentes.
De referir que na sessão regional do Parlamento dos Jovens participam 11 escolas, que se fazem representar por 44 deputados efetivos e 11 suplentes. Posteriormente, serão eleitos para a sessão nacional quatro jovens deputados de duas escolas.