Há poucas mulheres a investigarem e a formarem-se nas áreas da informática e computação na Madeira. Na Universidade da Madeira, apenas 33% dos investigadores integrados nos centros de investigação ligados às novas tecnologias são mulheres. Também nos cursos técnico-superiores, os de informática e tecnologia são os que apresentam um menor número de alunas.
As Mulheres Socialistas da Madeira reuniram-se com a vice-reitora da UMa com a pasta da investigação, Elsa Fernandes, para traçar o panorama da investigação no âmbito do Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência, que se assinala no próximo dia 11. “O facto de apenas 33% dos investigadores nas áreas das tecnologias serem mulheres é para nós um fator que exige reflexão”, referiu Cátia Vieira Pestana, presidente das Mulheres Socialistas da Madeira.
“Sabendo que as tecnologias e a área da inteligência artificial, por exemplo, são o presente e o futuro das nossas sociedades, a falta de mulheres nestas áreas, que representam uma nova linguagem de poder, significa que essa linguagem de poder e de influência está a ser feita no masculino”, afirmou.
Este panorama, dissonante das restantes áreas de investigação na UMa, cuja participação é feita quase em igual número por homens e mulheres, gera preocupação às Mulheres Socialistas, que chamam a atenção para a necessidade de criação de políticas públicas de divulgação e incremento das participação das mulheres nesta área conhecimento. “É fundamental uma estratégia regional que fomente a igualdade e não discriminação, a implementação de políticas que cativem as jovens para estas áreas do futuro e o estabelecimento de parcerias públicas e privadas que envolvam a Universidade mas também as empresas”, defende a presidente das MSM-Madeira, que acrescenta que “a UMa está a fazer um grande esforço em termos de presença das mulheres na ciência e na liderança”, mas “falta termos um governo que esteja atento e garanta políticas públicas que promovam estas áreas de atuação, sob pena de as mulheres perderem a sua influência nas futuras sociedades de base tecnológica”.
As áreas da informática, da computação e da tecnologia são áreas cuja empregabilidade é garantida. A Universidade tem dificuldade em colmatar os requisitos de mão de obra feitos pelas empresas nacionais e estrangeiras.