O líder parlamentar do Partido Socialista acusou, hoje, o Governo Regional de, ao longo dos anos, ter abandonado os territórios da Costa Norte da Madeira, criticando a falta de políticas objetivas para responder ao desafio demográfico.
Em conferência de imprensa realizada esta manhã na vila de São Vicente, Rui Caetano constatou que as populações dos concelhos do Norte tiveram de deixar as suas terras para encontrarem emprego, salários dignos e habitação, por ali não encontrarem as condições para poderem constituir as suas famílias.
“Aquilo que nós assistimos ao longo de todos estes anos foi a um total abandono destes territórios por parte do Governo Regional. A dúvida que nós temos é se foi por mera incompetência ou se foi por opção política do próprio Governo Regional”, disparou.
O dirigente socialista apontou a habitação como um dos principais problemas. “Só agora é que se lembraram que era necessário construir habitação nos territórios a norte, de forma a dar resposta à coesão social e territorial”, declarou, acrescentando, contudo, que as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência apenas resolvem 30% das carências e que, na Região, existem cerca de 5 mil famílias em lista de espera para apoios habitacionais.
Rui Caetano sustentou que o Governo tem de fazer muito mais e “não pode simplesmente ir aos bolsos dos madeirenses buscar impostos”, lembrando que, só este ano, o Executivo vai arrecadar mais de mil milhões de euros de receita fiscal, que se juntam aos mais de 80 milhões de euros de receita extraordinária de IVA obtida o ano passado.
O líder parlamentar socialista frisou que é preciso investir do Orçamento da Região na construção de mais e melhor habitação e acessível, lembrando o compromisso do PS de celebrar contratos-programa com as autarquias (também dos municípios do Norte) nesse sentido, de modo a que os jovens não continuem a emigrar e seja possível fixar as populações.
“Não podemos dizer que há um olhar positivo para os territórios a Norte quando, por exemplo na área da saúde, em Santana e Porto Moniz não há urgências durante a noite. Isto é inaceitável. Se nós queremos investir nos territórios a Norte e na fixação de população, é preciso mais emprego, mais habitação e saúde de qualidade, para que as pessoas se sintam seguras ao decidirem vir viver para estas zonas”, concluiu.