Confirmou-se a fuga do secretário regional da Educação às explicações no Parlamento sobre as denúncias de alegada discriminação e escravatura feitas por um grupo de alunos são-tomenses que frequentam a Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira.
Passado já mais de um mês sobre as referidas denúncias e sobre o pedido de audição do PS a Jorge Carvalho, só hoje a Comissão Permanente de Educação, Desporto e Cultura se pronunciou sobre este assunto, chumbando o requerimento socialista.
Uma atitude que já não surpreende e que, segundo o líder parlamentar do PS, “revela a intransigência da maioria parlamentar PSD-CDS, que, instrumentalizada pelo Executivo, trava todas e quaisquer iniciativas que pretendam escrutinar a ação governativa e esclarecer os madeirenses”.
Rui Caetano começa por criticar a morosidade da Comissão em decidir sobre esta matéria, adiando propositadamente a discussão do tema, e, por outro lado, aponta o dedo à recusa do secretário regional da Educação em prestar esclarecimentos sobre uma situação desta gravidade e que tem a ver com a alegada violação de direitos destes cidadãos.
“O chumbo a esta audição parlamentar só mostra a prepotência deste Governo Regional que, recorrentemente, se esquiva a dar explicações, num claro desrespeito pelos madeirenses e, neste caso, por este grupo de alunos são-tomenses, numa tentativa de se desresponsabilizar e fazer com que o assunto caia no esquecimento”, denuncia o líder da bancada socialista.
Rui Caetano não deixa ainda de reparar no facto de, perante a inação deliberada da tutela da Educação, uma destas alunas ter já deixado a Escola Hoteleira e rumado a Lisboa para estudar. “Estamos perante uma situação lamentável, já que, alegadamente, foram violados direitos destes alunos, ficando também manchada a imagem da Região, sem que o Governo se digne a tomar uma posição”, remata o dirigente socialista.