“O Partido Socialista defende mais apoios para as empresas da região”, afirmou Sérgio Gonçalves durante a visita que realizou esta manhã, no Funchal, à empresa do ramo da distribuição J. Nelson Abreu.
Nesta deslocação à corporação que, salientou, “foi também pioneira na utilização de sistemas informáticos”, o líder socialista denunciou que “muitas das candidaturas que são apresentadas para digitalização acabam por não ser aceites”.
E isto, sublinhou, “tem a ver com as prioridades do Governo Regional que, no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], teve mais de 600 milhões de euros para decidir em que projetos é que estas verbas seriam alocadas e decidiu alocar tudo a investimento público”.
No caso da transição digital, apontou Sérgio Gonçalves, o Executivo de Miguel Albuquerque “alocou 114 milhões para a administração pública regional e zero euros para as empresas”.
Trata-se de uma opção de governação que não serve os interesses da população, uma vez que, “nesta fase que vivemos, é preciso desenvolver e modernizar também o nosso tecido empresarial”, explicou, enfatizando ser “necessário outro tipo de apoios para que as empresas regionais possam, de facto, aumentar a sua atividade, desenvolver-se, gerar mais rendimento, pagar melhores salários e contratar mais profissionais”.
Neste sentido, defendeu ser urgente apoiar a criação de oportunidades para os jovens, “para que consigam viver e trabalhar na terra que os viu nascer e não tenham de emigrar, como infelizmente tem sido uma realidade”.
E porque “nada disto é novo”, Sérgio Gonçalves recordou que, já no período pandêmico, dos mais de 100 milhões de euros da propagandeada linha de apoio às INVEST RAM, “nem metade chegou às empresas”, acusando o Executivo regional de ter enganado os empresários e “sobretudo os madeirenses”.
Em contraponto, disse, “nós defendemos medidas efetivas de apoio às empresas. Defendemos que o PRR deveria ter tido em atenção o tecido empresarial da Região e ainda mais agora, que haverá um reforço de verbas”.
Em resposta às perguntas dos jornalistas colocadas à margem da visita sobre o recente anúncio do prolongamento dos Vistos Gold na Região por mais nove anos, o líder socialista considerou lamentável que o presidente do Governo Regional continue “muito preocupado com o imobiliário de luxo quando deveria estar mais preocupado com os milhares de famílias madeirenses que não têm habitação porque não houve estratégia para este setor ao longo das últimas décadas”.