O presidente do PS-Madeira considerou, hoje, que o Governo Regional não está preocupado com as dificuldades que os madeirenses estão a sentir devido ao aumento do custo de vida. A prova disso, afirmou Sérgio Gonçalves em conferência de imprensa, é que, depois de anunciado um conjunto de medidas por parte do Governo da República, continuam a não existir medidas complementares de apoio às famílias madeirenses por parte do Executivo de Miguel Albuquerque.
“Vemos um Governo Regional que atinge recordes de receita fiscal – já os tinha atingido o ano passado e este ano tem uma estimativa de mais de mil milhões de euros de receita fiscal –, que não reduz o IVA, como tantas vezes o Partido Socialista tem defendido, e chega ao ponto de aumentar o imposto sobre os combustíveis dizendo que é necessária receita para apoios sociais”, criticou o líder socialista.
Sérgio Gonçalves adiantou que, de acordo com o boletim de execução orçamental, este ano, nos meses de janeiro e fevereiro, só em IVA o Governo Regional já arrecadou mais de 6,4 milhões de euros. “Esse imposto que decorre da inflação devia servir para apoiar os madeirenses”, vincou, lembrando que, já no ano passado, houve uma receita adicional de 87 milhões de euros de IVA e “o Governo Regional nada fez e não implementou medidas para mitigar este aumento do custo de vida”.
O presidente do PS-Madeira aproveitou também para criticar a desorientação do Executivo, dando como exemplo o facto de o presidente do Governo ter afirmado que seria necessário um orçamento retificativo e, poucos dias depois, ter sido desmentido pelo secretário regional das Finanças, referindo que tal já não é preciso. “Mais importante do que esta descoordenação entre os membros do Governo é o desfasamento que existe entre aquelas que são as necessidades dos madeirenses e aquelas que são as medidas que este Governo Regional não implementa para os defender deste aumento do custo de vida”, declarou Sérgio Gonçalves, insistindo na necessidade de baixar o IVA, até porque a taxa normal na Madeira é 6% superior à que é aplicada nos Açores. Conforme referiu, essa redução “daria um alívio muito grande às famílias da Região”.