“Precisamos de respostas para a escassez de medicamentos e a União Europeia tem capacidade para o fazer. A UE deve apostar na compra conjunta dos medicamentos essenciais, tal como aconteceu com as vacinas contra a COVID-19, pois o acesso a medicamentos não pode flutuar em consequência de guerras, pandemias, inflação ou outras disrupções”, alerta Sara Cerdas.
Para a eurodeputada do PS, a compra em bloco pelos 27 Estados-Membros de fármacos essenciais daria maior poder negocial à União Europeia face às empresas farmacêuticas e “seria essencial para garantir que ninguém tem falta de cuidados, especialmente os doentes crónicos, mas também essencial para evitar a sobrecarga dos serviços e dos profissionais de saúde”.
A diretora geral da DG Santé – Comissão Europeia, Sandra Gallina, ontem, numa audição no Parlamento Europeu, após confrontada com a possibilidade da UE implementar este mecanismo, concordou com a deputada acerca da necessidade de aquisição conjunta de medicamentos essenciais. Porém, neste momento, referiu, significaria a compra de medicamentos a preços inflacionados, ou seja, a um preço mais alto no mercado do que o habitual.
Sara Cerdas propõe ainda outras medidas, tal como a identificação dos fármacos em falta e dos pontos da produção e abastecimento onde há falhas, por parte da Agência Europeia do Medicamento (EMA); e regras para garantir maior transparência das farmacêuticas no que diz respeito ao stock de produtos e à retirada dos mesmos do mercado. Medidas que apresentou ainda na semana passada, na sessão plenária, em Estrasburgo, num debate sobre a escassez de medicamentos.
Recentemente, o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, em declarações à comunicação social, assegurou que, de momento, não existe falta de medicamentos em Portugal uma vez que têm existido alternativas no mercado para os fármacos. No entanto, é de salientar que em outros países da União Europeia a situação tem se agravado.