O Partido Socialista insiste na necessidade de pôr fim ao despesismo irresponsável do Governo Regional liderado por Miguel Albuquerque, particularmente quando milhares de famílias atravessam dificuldades financeiras.
Através do Grupo Parlamentar, os socialistas voltaram a submeter na Assembleia Legislativa da Madeira um projeto de resolução que preconiza a extinção das Sociedades de Desenvolvimento, organismos que em muito contribuíram para a dívida milionária da Região e nos quais, todos os anos, o Governo Regional continua a injetar milhões e milhões de euros do erário público.
“Está à vista de todos – e já foi mais do que comprovado – que as Sociedades de Desenvolvimento são autênticos sorvedouros de dinheiros públicos, não sendo compreensível, e muito menos aceitável, que o Governo Regional persista nesta prática de ir aos bolsos dos contribuintes madeirenses para continuar a alimentar esta máquina, que mais não é do que uma agência de emprego das clientelas partidárias do PSD”, denuncia Sérgio Gonçalves.
Num exercício matemático, o PS constata que, só desde que Miguel Albuquerque chegou ao Governo, as quatro Sociedades de Desenvolvimento (Metropolitana, do Norte, Ponta do Oeste e do Porto Santo) já absorveram mais de 200 milhões de euros, verbas que, frisa o líder socialista, poderiam ser canalizadas para dar resposta aos muitos problemas com que os madeirenses e porto-santenses se deparam e que o Executivo se mostra incapaz de resolver. A isto acresce o facto de, conforme foi recentemente noticiado, o Governo Regional se preparar para assumir a dívida das Sociedades, num valor avaliado em cerca de 120 milhões de euros.
“Somando os montantes injetados e o passivo que o Executivo admite vir a absorver, estamos a falar de um valor que ultrapassa os 320 milhões de euros, uma verba que se aproxima do valor total da construção e equipamentos do novo Hospital da Madeira”, dá conta o presidente do PS. Sérgio Gonçalves lembra, aliás, que a nova infraestrutura hospitalar tem um custo de 350 milhões de euros, mas que 50% desse valor é assumido pelo Governo da República, pelo que o dinheiro esbanjado nas Sociedades de Desenvolvimento “dava e sobrava” para cobrir a parte que cabe à Região na construção do hospital.
O PS não deixa ainda de sublinhar que estes são valores referentes apenas ao período em que Miguel Albuquerque é presidente do Governo, acrescentando que se a contabilização fosse feita desde a criação das Sociedades de Desenvolvimento, os resultados seriam ainda mais “escandalosos”. Os socialistas vincam que o dinheiro dos impostos dos madeirenses fica na Região e que, como tal, “deveria ser usado em benefício de todos, e não para garantir a opulência de alguns”.
“Não é admissível que, na região com o maior índice de risco de pobreza e exclusão social do País, com muitos madeirenses em dificuldades para fazerem face aos seus compromissos financeiros e com um Governo que se recusa a implementar medidas de apoio às famílias e às empresas, se opte por continuar a alimentar este despesismo”, critica Sérgio Gonçalves, justificando a premência deste projeto de resolução do PS com vista a extinguir as Sociedades de Desenvolvimento.