O presidente do Partido Socialista Madeira mostrou-se hoje preocupado com a situação atual do setor da Habitação na Região, defendendo que o Governo Regional tem de adotar medidas que permitam que as pessoas possam adquirir habitação própria e, desta forma, resolver grande parte das carências existentes.
Sérgio Gonçalves falava esta tarde, no âmbito de uma visita à imobiliária ‘Century 21’, na Estrada Monumental, iniciativa inserida no âmbito do roteiro ‘Compromissos e Soluções’, promovido pelo Grupo Parlamentar do PS.
O líder socialista afirmou que existem inúmeras carências habitacionais e constatou que o Executivo irá dedicar 136 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para esta área, mas considerou que a opção que será seguida não é a mais adequada.
Conforme deu conta, o Governo Regional pretende construir novos fogos a custos controlados, mas os mesmos terão como objetivo o arrendamento, “o que não dará possibilidade a que famílias carenciadas ou jovens que queiram adquirir a sua primeira habitação o possam fazer”. Como adiantou, com esta solução, será usado esse “fundo perdido para aumentar o património do Governo Regional e arrendar posteriormente essas habitações”. “Não nos parece que essa seja a opção mais adequada, porque deveria, isso sim, incidir na possibilidade de as pessoas adquirirem a sua habitação e resolver aquele que é um grave problema na Região”, vincou Sérgio Gonçalves.
O presidente do PS Madeira recordou também as declarações do presidente da Investimentos Habitacionais da Madeira, que referiu que estes 136 milhões de euros apenas chegarão para suprir 30% das carências totais de habitação na Região ao longo dos próximos quatro anos. Nesse sentido, deixou uma questão: “Qual seria a estratégia do Governo Regional para a Habitação caso não houvesse o PRR em resultado da pandemia?”
O responsável deu conta do facto de o preço da habitação, quer para compra, quer para arrendamento, ter disparado, o que é preocupante numa região que tem o mais baixo poder de compra do país. “Isto teria de ser objeto de medidas e de políticas adequadas por parte do Governo Regional que nós não encontramos”, lamentou. Sérgio Gonçalves lembrou ainda o facto de na última década cerca de 17 mil pessoas terem saído da Região, situação que é preciso inverter o mais rapidamente possível. Tal como afirmou, o emprego e a habitação são fatores determinantes para que as pessoas continuem a cá viver. “Não tendo oportunidades de emprego e não tendo a possibilidade de adquirir a sua primeira habitação, naturalmente que os jovens optam por deixar a ilha”, rematou, em tom de alerta.