Sérgio Gonçalves assegurou, hoje, que o Partido Socialista – Madeira nunca permitirá um regresso ao passado nem deixará que seja imposto qualquer limite às liberdades que foram conquistadas no 25 de Abril.
Num almoço comemorativo do 25 de Abril, que juntou militantes e simpatizantes, o presidente do PS – Madeira apontou alguns sinais evidentes da postura antidemocrática do Governo Regional. “Temos um presidente do Governo autoritário, que deu muitas notas desta sua postura autoritária ao longo dos últimos meses, em particular nas questões da pandemia, com decisões impostas, mesmo que não fossem compreendidas pela população, sem respeito pela democracia, pela pluralidade democrática na Assembleia Legislativa da Madeira, numa postura de ‘quero, posso e mando’ e de orgulhosamente só”, deu conta o responsável.
Sérgio Gonçalves alertou que “não podemos deixar que esta postura seja aceite como se não fosse gravíssima e não fosse atentar contra a liberdade e a democracia que conquistámos a 25 de abril de 1974”. Referiu-se igualmente ao que se passou hoje na Câmara do Funchal, em que, pela primeira vez desde 2014, não se celebrou o 25 de Abril. “Não podemos regressar a um passado de má memória”, avisou.
O primeiro presidente do PS – Madeira nascido depois do 25 de Abril apontou ainda a importância de transmitir às novas gerações a realidade vivida no regime da ditadura, naquela que foi uma página negra da história que não se pode repetir.
Sérgio Gonçalves lembrou que a história do PS “confunde-se com a história da liberdade e com a história da Autonomia”, das quais o partido foi fundador. “Por nós, não passará quem quiser regressar a esse passado, quem quiser voltar a limitar as liberdades que foram conquistadas no 25 de Abril. Nós não admitiremos que ninguém, alguma vez, ouse dizer que naquele tempo é que era, que naquele tempo é que era bom. Nós nunca deixaremos e nunca permitiremos esse regresso ao passado”, garantiu.
O presidente dos socialistas madeirenses não deixou também de fazer referência à situação que se vive atualmente na Ucrânia, com a invasão da Rússia a um Estado soberano, numa guerra que tem ceifado vidas e tem desrespeitado a soberania de um povo e de um país.
Para além dos sinais que vêm de fora, Sérgio Gonçalves alertou para o facto de termos um partido de extrema direita como a terceira maior força política em Portugal. “É um sinal claro de que não podemos dar nada como garantido. Nem a liberdade nem a democracia podem ser dadas como garantidas”, afirmou.
Mafalda Gonçalves critica os que tentam calar Abril
Por seu turno, a presidente das Mulheres Socialistas da Madeira alertou que a democracia e a liberdade conquistadas não podem ser esquecidas nem tomadas por garantidas. “É só olhar à nossa volta e ver como alguns pretendem coartar a liberdade dos cidadãos, calar as vozes que são diferentes das suas”, deu conta Mafalda Gonçalves, acrescentando que “ainda nem passaram 50 anos sobre o 25 de Abril e já há quem não o queira assinalar, quem substitua os cravos vermelhos por rosas amarelas”.
“Mas não passarão! Não conseguirão substituir os valores de Abril. Não vão conseguir calar Abril, porque o grito de Liberdade ainda ecoa dentro de cada um e cada uma de nós”, vincou, prestando homenagem a quem lutou, quem sofreu, quem foi preso e torturado e quem foi exilado. “Que a memória da Abril não se apague”, pediu.
Jovens desligados do 25 de Abril
Já o presidente da Juventude Socialista, Pedro Calaça, manifestou a sua preocupação com o facto de os jovens estarem “cada vez mais desligados do que é o 25 de Abril”. Admitindo que a passagem de testemunho dos avós para os filhos e dos filhos para os netos possa não ter sido a mais eficaz, o líder da JS-M considerou que “falar sobre o perigo de uma ditadura e sobre o perigo do fascismo é também uma forma de proteção, para que tal nunca mais se verifique na nossa terra”.
Pedro Calaça criticou ainda aquilo que considerou ser uma “vergonha imensa” passada hoje na Assembleia Legislativa, dando conta de uma “tentativa de fuga do 25 de Abril para puxar para o 25 de Novembro, secretários regionais a rejeitarem o cravo que era entregue à entrada e deputados vestidos de luto”. “Isto mostra bem o que é a posição do PSD e do CDS em relação ao 25 de Abril. Protegem todos os dias o fascismo que assolou a nossa terra”, acusou.