O Grupo Parlamentar do Partido Socialista deu hoje entrada, na Assembleia Legislativa da Madeira, a uma proposta com vista a assegurar a gratuitidade dos testes à Covid-19 para as crianças entre os 5 e os 18 anos, de modo a que possam participar nas atividades extraescolares.
Em conferência de imprensa realizada esta manhã, o líder parlamentar do PS criticou o “ziguezague” do Governo Regional na informação e na gestão da pandemia. Rui Caetano considerou lamentável a atitude do secretário regional da Saúde, que passa a informação de forma “intimidatória, prepotente e confusa”, sendo que, no dia seguinte, a resolução do Executivo difere daquilo que disse. “Mais grave é que, dois dias depois, as medidas que estão na resolução são novamente adaptadas a novas situações. Isto é uma confusão total, não há clareza nem objetividade”, acusa o deputado.
Rui Caetano deu também conta da gravidade que foi o secretário regional da Educação “assinar por baixo sem sequer ter consciência do impacto das medidas que foram tomadas”, criticando o facto de o Governo Regional obrigar as crianças que não estejam vacinadas a terem de pagar um teste – que custa à volta de 15 euros – para poderem participar em atividades desportivas, lúdicas e de complemento curricular, que “são fundamentais para a educação, para a formação e para o desenvolvimento integral das crianças”.
“Não se pode permitir que na Região Autónoma da Madeira tenhamos mais de 5 mil crianças que são obrigadas a apresentar um teste antes de praticarem qualquer atividade extraescolar”, disse, considerando ser lamentável e inaceitável que o Executivo crie estes obstáculos.
Por isso, o PS apresentou no Parlamento uma proposta para garantir que o Governo assuma os custos dos testes para esta faixa etária. “Nós somos favoráveis à vacinação das crianças. Não podemos é concordar que o Governo Regional crie obstáculos para que estas possam participar em atividades extraescolares, ainda mais numa Região que tem o maior índice de pobreza e de risco de exclusão social e o mais baixo índice de poder de compra”, referiu.
“Como é que se pode exigir às famílias que paguem 15 euros para fazerem um teste aos seus filhos? Não faz qualquer sentido, é grave. Do ponto de vista de educação, da formação e do desenvolvimento da RAM, é lamentável que o senhor secretário regional da Educação compactue com esta situação”, frisou Rui Caetano, criticando a atitude do Governo Regional de responsabilizar as crianças.