Carlos Pereira, cabeça de lista do Partido Socialista-Madeira às eleições para a Assembleia da República, afirmou, hoje, ser decisivo que a regulamentação do modelo de subsídio de mobilidade seja concretizada este ano, garantindo que os madeirenses paguem apenas 86 euros nas viagens entre o Continente e a Região e, simultaneamente, que se mantenham as companhias aéreas a voar para a Madeira.
Palavras proferidas esta noite, à margem de um encontro com apoiantes e simpatizantes em São Vicente, onde o candidato lembrou que o modelo de mobilidade foi aprovado na Assembleia da República, mas deu conta da chantagem que algumas companhias aéreas foram fazendo, “ameaçando que saíam da rota entre a Madeira e o Continente se esse modelo fosse aplicado”.
“O ano de 2022 é crítico para assegurar que os madeirenses terão um modelo que permite viajarem a 86 euros e que pagam exatamente esses mesmos 86 euros”, disse Carlos Pereira, considerando que, ao mesmo tempo, tem de ficar assegurado que as companhias aéreas, nomeadamente as ‘low cost’, se mantêm na rota. Para tal, sustentou que é necessária uma negociação competente, até porque a Madeira não pode estar dependente apenas da TAP, para garantir que o turismo continua a prosperar e os madeirenses têm acesso a várias companhias para se poderem deslocar ao continente.
Já no encontro com os apoiantes, o socialista alertou que os madeirenses não podem dar o voto àqueles que os prejudicaram, recordando que entre 2012 e 2015 o governo do PSD-CDS de Passos Coelho e Paulo Portas congelou o aumento das pensões e das carreiras da administração pública, não aumentou o salário mínimo, cortou o subsídio de mobilidade e impediu a redução dos impostos na Madeira, por causa da dívida causada pelo executivo do PSD-M.
“Não acredito que na Madeira haja gente disponível ainda para voltar a votar nestes senhores. Não queremos voltar ao passado de um PSD-CDS que massacrou e ofendeu os madeirenses”, declarou, apelando à confiança no projeto do PS.
PS-M quer manter três deputados na República
Por seu turno, Paulo Cafôfo apelou à mobilização de toda a costa norte para que seja possível o PS obter um bom resultado no próximo domingo, permitindo voltar a eleger António Costa como primeiro-ministro e fazendo com que o PS-M continue a ter três deputados na Assembleia da República.
O líder do PS-M desmontou a narrativa destrutiva do PSD e do CDS na Madeira contra o Governo da República do PS, acusando o Governo Regional de não resolver os problemas que a Região tem e que são da sua responsabilidade.
Cafôfo sublinhou ainda que o Governo de António Costa tem sido bom para a Madeira, apontando o facto de a Região receber 5% das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência a nível nacional, mesmo tendo apenas 2,5% da população do país. Contudo, criticou que, ao invés de resolver os problemas, como os que existem na costa norte – a questão demográfica, o envelhecimento populacional e o despovoamento – “o Governo Regional vai dar aos mesmos de sempre”. “Não há dinheiro para as câmaras municipais e para as empresas, mas há para os amigos”, lamentou, acrescentando que essas verbas deviam servir para criar emprego, incentivos e benefícios fiscais para quem quer investir no Norte, para formar as pessoas e para valorizar os produtos e a economia locais.
Apelou, por isso, ao voto no PS para que seja possível “termos um governo do PS que olhe pela Madeira e pelo Porto Santo”. “É muito importante que na Assembleia da República continuemos a ter pessoas competentes e trabalhadoras que vão continuar a lutar para que o nosso futuro seja melhor”, rematou.