Carlos César afirmou, hoje, que o Partido Socialista não aceita lições sobre Autonomia do PSD e acusou os Governos de Cavaco Silva e de Passos Coelho de serem os mais centralistas da história da democracia.
Num encontro com militantes e simpatizantes na Ponta do Sol, o presidente do PS disse que se houve na história destas últimas 4 décadas “governos centralistas, que obstruíram e bloquearam as Autonomias regionais, foram sobretudo os governos de Cavaco Silva e de Passos Coelho”. Contrariamente a este que é o maior exemplo de centralismo dos governos da República, Carlos César salientou que o Executivo do PS, liderado por António Costa, “é muito mais descentralizador e amigo das Autonomias”.
O dirigente destacou o empenho de Carlos Pereira na defesa da Madeira, caraterizando-o como “um dos melhores deputados que tivemos na legislatura anterior”. Aproveitou para salientar que os deputados e candidatos do PS são estimulados a defenderem a sua terra e o povo, e não necessariamente o partido ou o Governo. São, como explicou, “homens e mulheres que têm a liberdade, a responsabilidade e o dever de defenderem em primeiro lugar a sua terra e só depois o seu partido”.
Natural dos Açores, César assegurou que as candidaturas do PS pelos dois arquipélagos não são nem contra nem a favor do Governo Regional ou do Governo da República. “São candidaturas pelas nossas Regiões”, disse, lembrando que o lema ‘Sempre com a Madeira’ “pode não ser sempre pelo PS ou pelo Governo do PS”. “É com essa coragem que nos candidatamos”, deu conta.
O responsável sustentou ainda que o PS é um partido construtor da Autonomia e frisou que, sem a ação e a solidariedade dos governos do PS, a vida das Regiões Autónomas teria sido “bem mais frágil, mais difícil e mais penosa”. Neste campo, aproveitou para apontar baterias a Rui Rio, que é “muito autonomista na oposição, mas quando se trata de decidir não é por Autonomia nenhuma”. Aliás, lembrou que o líder do PSD não se dignou a visitar as Regiões Autónomas.
O presidente do PS destacou o trabalho que foi feito nos últimos seis anos e, no caso da Madeira, apontou o cofinanciamento do novo Hospital. “Hoje podemos estar de cabeça erguida em múltiplas áreas, inclusive no apoio às Regiões Autónomas, e neste caso à Madeira”, referiu, reconhecendo que há coisas também ainda por fazer, como a revisão da Lei das Finanças Regionais.
Apontou também o facto de ter sido possível libertar 700 mil pessoas da situação de pobreza e exclusão social, a redução do desemprego, o aumento do salário mínimo e os aumentos das pensões e dos abonos de família.
Centrar votos no único partido que defende a Madeira
Por seu turno, o cabeça de lista do PS-Madeira apelou a que no dia 30 sejam concentrados todos os votos possíveis no “único partido que já demonstrou que está disponível para defender a Madeira”.
“O PSD não tem agenda para o futuro, nem propostas concretas para a Madeira, mas está permanentemente a protestar e a dizer mal, o que não é razoável”, disse Carlos Pereira.
O candidato enumerou algumas das conquistas que foi possível alcançar para a Madeira com o empenho do PS, como o cofinanciamento do Hospital, as verbas para as esquadras da PSP, a transferência das verbas dos jogos sociais e os direitos de passagem da Empresa de Eletricidade, sublinhando que o PSD e o CDS “nem um euro deram para a Madeira”.
“Não podemos travar tudo isto que foi feito ao longo dos anos. A única maneira de continuar com estas medidas favoráveis à Madeira é votar no PS”, sustentou, acrescentando que o PSD apenas tem um baú de protestos e tornou-se inútil para a defesa da Madeira.
Já Paulo Cafôfo alertou que a 30 de janeiro só há uma opção, que é votar no PS para que o País ande para a frente. O líder do PS-M enalteceu a vinda de Carlos César à Região, à semelhança do que fez António Costa, aproveitando para criticar Rui Rio por não incluir as Regiões Autónomas nas suas visitas. Tal como afirmou, o presidente do PSD “precisa de uma aula de geografia”.
Cafôfo vincou ainda que a escolha para primeiro-ministro tem de recair sobre António Costa, lembrando que Rui Rio não quer aumentar o salário mínimo, não quer que a saúde seja gratuita e quer aliar-se à extrema-direita.
Por seu lado, a presidente da Câmara da Ponta do Sol apelou à concentração de votos no PS. “Estas são as eleições que decidem qual é o nosso ordenado mínimo, quanto de impostos vamos pagar e se vamos viver melhor ou pior. São as eleições mais decisivas destas últimas décadas no país. Vamos todos votar PS e trabalhar para um resultado vitorioso no dia 30 de janeiro”, referiu Célia Pessegueiro.
A autarca disse também que um Governo do PS salvaguarda os interesses do país e respeita a Autonomia, acusando o Executivo madeirense de reivindicar em Lisboa para si, mas não fazer o mesmo cá, ou seja, não distribui pelos municípios.