O presidente do Partido Socialista-Madeira apontou, hoje, quatro soluções essenciais para o aprofundamento da Autonomia.
Discursando no XXIII Congresso Nacional do PS, que decorre em Portimão, Paulo Cafôfo deu conta da moção que leva à reunião magna dos socialistas, intitulada ‘Estados Gerais da Autonomia’. O líder do PS-M começou por apontar a importância da garantia da continuidade territorial, considerando serem necessárias as ligações aéreas, assim como a regulamentação do subsídio social de mobilidade. “É um imperativo desta governação”, disse, defendendo também que seja assegurada a continuidade territorial por via marítima no que concerne ao transporte de passageiros e que seja lançado o concurso internacional para uma ligação ‘ferry’ entre a Madeira e o Continente durante todo o ano, acabando com “o jogo do empurra do Governo Regional para com o Governo da República”.
Por outro lado, Paulo Cafôfo abordou a questão da reforma do sistema político, na qual o PS-M está a dar o exemplo. “Nós lideramos o processo de uma proposta de revisão da Lei de Finanças Regionais e conseguimos na Assembleia Regional aprovar por unanimidade uma proposta que precisa do consenso dos Açores, mas também da Assembleia da República, porque sem autonomia financeira não há autonomia política”, referiu.
A um outro nível, o presidente dos socialistas madeirenses referiu-se aos instrumentos essenciais para o desenvolvimento da Região, defendendo uma compensação necessária para que as universidades insulares (neste caso a da Madeira) possam competir com outras na educação e na investigação.
O Centro Internacional de Negócios da Madeira, “tão maltratado pelo Governo Regional”, mas tão importante para a criação de emprego qualificado e para as receitas da Região, foi outro dos pilares apontados.
Paulo Cafôfo sublinhou, por isso, que é preciso um Governo Regional do PS na Região Autónoma da Madeira que dê coesão e desenvolvimento a este território, de modo a que seja possível acabar com as desigualdades e haja um desenvolvimento integral para todos. “Para o PS, a Autonomia é um compromisso político” e não “uma arma de arremesso político nas mãos daqueles que não têm interesse em desenvolver a Região”, declarou, criticando aqueles que, com “tiros de pólvora seca” procuram atingir o PS e o Governo do PS, e não a defesa dos interesses da Região.
O responsável denunciou a democracia “áspera” que existe na Região, mas vincou que o PS tem vindo a trilhar o seu caminho, primeiro com a conquista de quatro câmaras municipais, em 2013 e, posteriormente, com a retirada da maioria absoluta ao PSD, em 2019. Neste sentido, mostrou-se convicto de que “a mudança é irreversível na Região”. “O que semeámos está a dar frutos”, disse, evidenciando o facto de, pela primeira vez na história, o PS-M se candidatar a todos os órgãos de todas as 54 freguesias da Região e de, em 11 candidaturas às câmaras municipais, seis serem encabeçadas por mulheres.
O dirigente socialista insular assegurou ainda que o PS levanta a bandeira da Autonomia a favor dos madeirenses e dos porto-santenses e não contra ninguém. “Depois de 45 anos do mesmo poder na RAM, é altura de querermos outra Autonomia”, salientou, frisando que “valorizar a Autonomia é promover a coesão nacional e é desenvolver Portugal”.