Referindo-se ao momento presente, António Costa disse que temos de aproveitar a oportunidade de termos obtido o acordo para criação do certificado digital que permite agilizar a circulação dentro da União Europeia para “acelerar o mercado do turismo e das viagens neste período crítico que estamos a viver”. O líder socialista espera que o mercado britânico continue ativo e a ser um grande emissor de turismo para Portugal, mas vincou a importância de olhar para novos mercados, de modo a não ficarmos tão dependentes de um só.
António Costa apontou que recuperar Portugal significa ter a ambição e a responsabilidade de ir mais além do que estávamos antes da pandemia, sendo que há que utilizar o Plano de Recuperação e Resiliência como “um verdadeiro trampolim” para tal. Na sua ótica, é fundamental investir muito nos fatores de diferenciação, nas qualificações, na inovação tecnológica e na diversificação da nossa base económica.
Apontou a demografia, o combate às alterações climáticas, a transição digital e o combate às desigualdades como os grandes desafios estratégicos para Portugal.
Por seu turno, o presidente do PS-M afirmou que “o País deve ter orgulho nas suas Regiões Autónomas”, salientando que estas regiões dão dimensão a Portugal em termos geográficos, económicos e culturais. Daí que, de acordo com Paulo Cafôfo, “a coesão nacional passa pela valorização e pelo reconhecimento da Autonomia”.
Na cerimónia de apresentação da moção ‘Recuperar Portugal, Garantir o Futuro’, de António Costa, o líder socialista madeirense adiantou que irá apresentar no congresso nacional uma moção setorial sobre a Autonomia, desejando um compromisso nacional em torno desta matéria. “Precisamos de consensos que provoquem acordos nos Açores e na Assembleia da República. A Autonomia tem de ser uma prioridade para o PS, com a revisão da Lei de Finanças Regionais, a revisão do Estatuto Político-Administrativo e a revisão da Constituição”, frisou. “Não há um futuro sem o reforço da Autonomia”, sublinhou ainda Paulo Cafôfo.
O líder dos socialistas madeirenses destacou os objetivos acertados da moção ‘Recuperar Portugal, Garantir o Futuro’, dizendo também que “a Madeira não pode ficar para trás nesta evolução e neste desenvolvimento”. Tal como afirmou, a Região irá receber 5% das verbas da ‘bazuca’ europeia, as quais serão significativas e importantes, pelo que esta é uma oportunidade que não pode ser perdida.
Acusou ainda o Governo Regional de não ter uma ideia de futuro e de não prever reformas que provoquem a transformação social e económica que a Madeira precisa.
Já Miguel Silva Gouveia, presidente da Câmara Municipal do Funchal, disse que “a cidade do Funchal é vítima de violência doméstica dentro da família autonómica que tem Portugal como casa comum”, dando conta que tem vindo a acentuar-se uma “gritante distorção da autonomia do poder local nas Regiões Autónomas”.
O autarca disse que o Estado deve condenar qualquer tipo de tratamento discriminatório, acusando o Governo Regional de fazer essa distinção entre municípios que são da sua cor política e aqueles que não o são.
Miguel Silva Gouveia deixou um alerta em relação ao processo de regionalização em curso, para que o mesmo não seja conseguido à custa do esvaziamento dos poderes do poder local, como tem vindo a acontecer nas Regiões Autónomas. “Não nos deixem ficar para trás”, apelou.