Hoje, em conferência de imprensa realizada por via eletrónica, o parlamentar abordou a questão dos fundos que estarão disponíveis no quadro da recuperação europeia face à pandemia, destacando a postura de total solidariedade que a União Europeia demonstrou com todos os países europeus, mobilizando-se para obter meios (que serão pagos de forma solidária por todos) para os socorrer nesta conjuntura. «Nunca aconteceu nada desta dimensão. Nunca foi possível obter meios desta natureza para responder a uma crise como nós estamos a viver, e isto é uma boa notícia para o País e para a Região», disse.
Referindo-se ao plano de recuperação apresentado pela Região, Carlos Pereira considerou ser «absolutamente essencial que haja uma atenção às necessidades das empresas e do nosso tecido económico regional». «A Madeira, infelizmente, tem sido fustigada por esta pandemia, sobretudo porque o seu PIB e a sua economia estão muito dependentes de setores que estão a ser bastante abalados. Portanto, exige-se que haja um enquadramento adequado do ponto de vista daquela que deve ser a recuperação da economia», advertiu.
Nesse sentido, propôs que, de forma urgente, seja criado um fundo de recuperação e capitalização de empresas. Uma solução que, no seu entender, pode ser implementada já com os meios disponíveis ao abrigo do REACT. Tal como explicou, trata-se de um fundo de gestão pública, que deve tomar posições nas empresas madeirenses que, apesar de economicamente viáveis, passam por momentos difíceis do ponto de vista financeiro. Segundo referiu, as mesmas «precisam de apoio financeiro e de ser capitalizadas urgentemente, sob pena de não terem capacidade de investir, de subsistir e de pagar salários».
De acordo com a proposta preconizada por Carlos Pereira, através deste fundo, a Região deve entrar nas sociedades, tomando posições sociais e com montantes a serem estudados. Contudo, não deve interferir na gestão dessas mesmas sociedades, já que elas devem ter a sua gestão e a sua estratégia. Conforme explicou o deputado, este processo deve ser formalizado através de um contrato que garanta a saída da Região dessas sociedades ao fim de um determinado tempo (3 ou 5 anos, consoante o plano de negócios que se apresente neste quadro), assegurando que essa saída é feita em condições adequadas, não colocando as empresas em situações aflitivas.
Como afirmou o parlamentar socialista, esta posição social significaria uma capitalização das empresas, garantindo que as mesmas não morrem e que não há despedimentos. A salvaguarda das empresas garantirá, por seu turno, que «a Madeira mantenha a sua capacidade económica para poder fazer um processo de reestruturação equilibrado, que permita que a Região, depois de tudo isto, não fique igual ao que estava e fique melhor, mais bem preparada, mais resiliente, com uma economia mais diversificada e com empresas com capacidade de criar emprego e riqueza».
«Este fundo de recuperação e capitalização de empresas é incontornável e pode ser já implementado. É urgente que o seja e há meios, pelo menos no quadro do REACT, para que isto possa ser constituído e executado», frisou.