Nesta conferência de imprensa, Victor Freitas começou por lembrar que existem presentemente «dois dossiês de vital importância para a Região Autónoma da Madeira, um deles a LFR, que está, na Assembleia da República, a aguardar discussão», sendo o outro a revisão/renegociação do PAEF, que, «desde o início», o PS-Madeira afirmou não servir os interesses dos madeirenses e porto-santenses, tendo os socialistas da Região tomado «a iniciativa de negociar, com o PS-Nacional, estes dois documentos», tendo como premissa a garantia de António José Seguro, «futuro Primeiro-ministro» de Portugal, «que sempre afirmou que as propostas que irá aplicar no governo são aquelas que, na oposição, apresenta», ou seja, só apresenta o que pode ser executado.
Destas negociações, continuou Victor Freitas, «em termos de LFR», o PS-Madeira acordou o seguinte: as receitas extraordinárias ficam na Região, «o que, neste momento, não está a acontecer», manutenção do diferencial do IVA em 30%, «que o Governo Regional e o Governo da República (PSD/CDS) aboliram», aval do Estado para futuros empréstimos que a Região faça, «conseguindo, assim, taxas de juro mais baixas»; quanto ao PAEF, o PS-Madeira acordou um ajustamento mais suave, «nomeadamente com um défice que seja consentâneo com a realidade regional», maiores prazos para pagar e a redução do IVA da Restauração, sector de extrema importância para a economia e turismo da Madeira e Porto Santo e que, presentemente, atravessa grandes dificuldades, havendo falências e «aumento do desemprego».
Perante tudo isto, «ontem», o Presidente do Governo Regional e o Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, mantiveram audiências com o Presidente da República e com o Primeiro-ministro mas «vieram de mãos vazias», já que nada conseguiram, não resolvendo os dois vitais dossiês para a Região, de modo a que pudesse haver uma inversão da situação económica e social da Madeira e Porto Santo, o que significa, reforçou Victor Freitas, que, mais uma vez, ficou demonstrado que Alberto João Jardim não tem «credibilidade» nem capacidade negocial, sendo o «relacionamento» entre os dois governos «mau», estando os madeirenses e porto-santenses a pagar por isso, visto que a «austeridade», na Região, é três vezes superior à nacional.
Para a Madeira e Porto Santo, como conclusão, o Presidente do PS-Madeira afirmou que são «dois governos que não se entendem», não tendo um soluções para o país e não tendo o outro para a Região, sendo ainda visível que o Governo Regional «está morto em matéria de soluções», restando «o grande desafio» aos madeirenses e porto-santenses de derrotarem Alberto João Jardim e o PSD, «nas próximas eleições autárquicas», criando condições para haver eleições antecipadas e mudança política, dado que já se percebeu que o Presidente da República não vai demitir o Governo Regional.
Para o país, também a derrota do PSD e CDS, nas autárquicas, é importante, pois, sem ela, não haverá eleições antecipadas nem mudança política, também afirmou Victor Freitas.
Áudio Victor Freitas (Presidente do PS-Madeira)